Lições...

Dizem que é errando que a gente aprende. Pretendo disponibilizar nesta seção diversas histórias verídicas, cômicas e/ou trágicas de trades ou investimentos que não deram muito certo, ou melhor, que não deram nada certo! O objetivo aqui é alertá-lo para gerenciar melhor seus riscos.

"Algum tempo atrás, recebi um telefonema de um advogado que necessitava de um depoimento técnico. Seu cliente, um professor universitário, vendera a descoberto ações da Dell, a US$20, havia vários anos, antes dos desdobramentos, depois que seu corretor lhe dissera que o papel não poderia subir ainda mais. No entanto, a ação acabou transformando-se numa das prediletas do mercado em alta, rompeu todos os limites de alta e, um ano depois, o professor cobriu a operação a US$80, limpando sua conta de US$1 milhão, que representava as economias de toda a sua vida. O homem era era bastante inteligente para conquistar um título de Ph.D. e economizar US$1 milhão, mas emocional a ponto de seguir seu corretor, enquanto toda a sua poupança se consumiu a fogo lento". Retirado do livro Aprenda a Operar no Mercado de Ações, do Dr. Alexander Elder, pg. 56.


"Marcelo é um dentista amigo meu que resolveu investir em ações desse tipo (micos), apesar dos riscos e de meus avisos. Certo dia, acreditando que havia encontrado uma verdadeira mina de ouro, limpou a poupança , pediu dinheiro emprestado no banco e ainda usou o limite do cheque especial para comprar ações da empresa X. Resultado: ele foi atender um paciente e, quando voltou menos de uma hora depois, já havia perdido mais de R$ 9.000,00, além de dívidas que acumulou do empréstimo e do uso do cheque especial. Fuja da tentação do dinheiro fácil em "foguetes", pois no longo prazo só levam a destruição de nosso capital, da nossa auto-estima e, muitas vezes, a desintegração de nossa família". Retirado do Livro Operando na Bolsa de Valores Utilizando Análise Técnica, de Joseilton Correia.


"Vários anos atrás, recebi um telefonema de um programador de software de operações de mercado, famoso no mundo inteiro. Ele me conviou para acampar e mencionou, de passagem, que havia desenvolvido um sistema extraordinário para operar com futuros. Baseava-se no reconhecimento de padrões em computador e já havia sido testado em 20 anos de dados, produzindo resultados impressionantes. Ele não tinha dinheiro para comercializar o sistema, pois havia perdido todo seu capital num empreendimento anterior, mas havia apresentado a descoberta para um grupo de gestores de dinheiro. Eles ficaram tão impressionados que constituíram um fundo hedge para ele. No meio-tempo, deram-lhe o que chamaram de pequena conta - US$100 mil. Atravessei o país de avião e passei a primeira noite admirando o sistema de meu amigo. "Você está operando com tudo agora?". O sistema havia emitido sinais: soja, francos suíços, lombo de porco e três outros mercados. "Quanto você alocou para cada mercado?" Ele dividira sua conta em seis partes, uma para cada mercado. "Onde você colocou seus stops?" Ele respondeu, exatamente nessas palavras: "homem que é homem não usa stops". Ele tinha provas matemáticas de que stops reduziam a rentabilidade. A segurança consistia em operar em mercados diversificados. Se um ou dois fossem contra ele, os outros movimentariam a seu favor. "E se ocorrer algum movimento catastrófico, com todos mercados movimentando-se contra você?" Ele me garantiu que isso era impossível. Além disso, o sistema não demonstrara uma única falha em 20 anos de testes. Sugeri que esquecessemos o acampamento e ficássemos de olho na tela, pois todo o capital dele estava em risco. Meu amigo insistiu que tinha total confiança em seu sistema e assim partimos para Sierra Nevada. (...) Quando retornamos a civilização, o impossível havia acontecido. Todos os seis mercados se voltaram contra o meu amigo, quase liquidando seu patrimônio. Na manhã seguinte, observamos horrorizados, quando os mercados abriram, um após outro, que todos continuaram contra ele, destruindo o pouco que restava na conta...." Retirado do livro Aprenda a Operar no Mercado de Ações, do Dr. Alexander Elder, pg. 180/181.